domingo, 28 de agosto de 2011
Rumos Arte Cibernética - até 4 de setembro no Itaú Cultural
Rumos Arte Cibernética
Mostra reúne obras que trabalham a interação com o público
Exposição Rumos Arte Cibernética
quinta 30 de junho a domingo 4 de setembro de 2011
entrada franca
Itaú Cultural | Avenida Paulista 149 – Paraíso – São Paulo SP [próximo à Estação Brigadeiro do Metrô]
Um robô recita Shakespeare; o público controla a pista de dança; uma máquina pede pra ser sua amiga. Essas são algumas das experiências promovidas pela mostra Rumos Arte Cibernética, em cartaz no Itaú Cultural a partir de 30 de junho, que apresenta trabalhos em que o público e a obra – e/ou seus subsistemas – estão em constante troca e podem influenciar o comportamento um do outro.
As obras reunidas na exposição foram criadas pelos artistas selecionados nas edições 2006 e 2009 do programa Rumos. Os estudos contemplados na carteira Apoio à Pesquisa Acadêmica serão apresentados em um simpósio de três dias (confira a programação).
Como nas edições anteriores – Rumos Mídias Interativas, em 1999; Rumos Transmídia e Rumos Pesquisa, em 2002 – as duas edições de Rumos Arte Cibernética formam um importante instrumento de incentivo à produção e à pesquisa em arte e tecnologia no Brasil.
O que é?
“Arte e tecnologia” é um termo genérico usado para descrever a produção artística relacionada a processos, métodos, meios e instrumentos surgidos a partir da segunda metade do século XX. Entretanto, o conceito de “arte cibernética” é mais restrito, pois implica a interação constante entre o público e o objeto artístico – e/ou entre os subsistemas desse objeto – num processo de causalidade circular que pode acarretar a mudança de objetivos tanto para o espectador quanto para a obra.
Para saber mais sobre o tema, leia: A Arte Cibernética de Segunda Ordem.
Confira abaixo a descrição de cada obra e a programação detalhada.
Exposição Rumos Arte Cibernética
quinta 30 de junho a domingo 4 de setembro de 2011
terça a sexta 9h às 20h
sábado domingo feriado 11h às 20h
pisos 1, -1 e -2
entrada franca
atendimento educativo
visitas agendadas
grupos de 10 a 44 pessoas
duração aproximada de 90 minutos
[visita para público especial duração aproximada 120 minutos]
terça a sábado [diversos horários]
visitas espontâneas
grupos de até 22 pessoas
duração aproximada de 60 minutos
terça a domingo e feriado [diversos horários]
[indicado para todas as idades]
agendamentos e informações 11 2168 1876 [segunda a sexta 10h às 18h]
Itaú Cultural | Avenida Paulista 149 – Paraíso – São Paulo SP [próximo à Estação Brigadeiro do Metrô]
informações 11 2168 1777 | atendimento@itaucultural.org.br | twitter.com/itaucultural
Obras
I, Hamlet, de Alexandre da Silva Simões
Robô humanoide capaz de interpretar e declamar textos baseados na obra de Shakespeare. As frases são disparadas quando o público manipula elementos de cena, como espadas e cálices.
Alexandre da Silva Simões (São Paulo, SP) é professor em regime de dedicação integral à docência e à pesquisa do curso de engenharia de controle e automação da Unesp. Foi presidente fundador da RoboCup no Brasil e coordenador da área de robótica na Campus Party Brasil (2007 a 2010). Trabalhou no desenvolvimento de diversos robôs brasileiros.
I Dance – Pista de Dança Interativa, de Leandro Trindade
Pista de dança interativa em que os movimentos dos interatores mudam a obra em tempo real. Sequências de efeitos, formas e cores são alteradas por meio de um software desenvolvido pelo próprio artista e também por webcams modificadas, datashows de curto disparo e iluminadores infravermelhos.
Leandro Trindade (Curitiba, PR) começou a usar computadores aos 8 anos. Na UnB, durante o curso de ciência da computação, passou a pesquisar a arte digital. Desde então, desenvolve projetos nessa área e participa de exposições em várias partes do Brasil. Atua no desenvolvimento de softwares para aparelhos como iPhone e iPad.
Tijolo Esperto, de Breno Guimarães Rocha
Parede construída com base em uma matriz luminosa de placas de LED (diodos emissores de luz) confeccionadas “artesanalmente”. Imagens e animações variadas podem ser visualizadas na estrutura do painel, em alusão a displays em fachadas. Dessa forma, tecem um comentário crítico acerca das novas tendências arquitetônicas.
Breno Guimarães Rocha (Taguatinga, DF) graduou-se em engenharia mecatrônica pela UnB em 2011 e desde 2007 integra projetos de criação e pesquisa em arte e tecnologia, tendo participado por dois anos do Programa de Iniciação Científica da UnB/CNPq. Sua produção científica, tecnológica e artística abrange o desenvolvimento de sistemas embarcados, a arte computacional e a arte e tecnologia.
Amigoide, Autômato em Busca de Amizade, de ++CAYCE POLLARD coletivodeartecomputacional (Nicolau Centola e Fabrizio Augusto Poltronieri)
Robô com forma cilíndrica busca o inter-relacionamento com seres humanos em uma arena circular. Ao selecionar seu par, o autômato passa a segui-lo pelo ambiente, emitindo sinais visuais e sonoros que culminam na expressão "Você quer ser meu amigo?".
Nicolau Centola (São Paulo, SP) é engenheiro eletrônico graduado pela Unicamp e mestre em educação, arte e história da cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Trabalha como jornalista na área de tecnologia e web e como roteirista. É professor dos cursos de graduação em design digital e em jornalismo do Centro Universitário Fieo.
Fabrizio Augusto Poltronieri (São Paulo, SP) é graduado e especializado em design gráfico pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, mestre em educação, arte e história da cultura pelo Mackenzie e doutor em comunicação e semiótica pela PUC/SP. Professor universitário nas áreas de arte e design do Senac e das Faculdades Anhembi Morumbi, fundou, além do ++CAYCEPOLLARD, o pmdn +zero do brasil, coletivo dedicado à pesquisa e realização na área de arte computacional.
12i – A Roda da Vida, de Márcio Ambrósio
Instalação interativa que faz uma releitura moderna do zootrópio, aparelho criado no século XIX pelo matemático inglês William Horner. Trata-se de um tambor giratório que, ao rodar, dá a ilusão de movimento das figuras presentes no seu interior. O visitante cria uma sequência com 12 imagens e um programa a transforma em animação, podendo escolher temas de fundo.
Márcio Ambrósio (São Paulo, SP) é formado em design industrial pela Faap. Trabalhou como infografista, animador e fez pós-produção audiovisual. Em 1999 mudou para Bruxelas, onde formou o coletivo zzzmutations para a realização de curtas de animação e projetos audiovisuais interativos. Em 2008, de volta ao Brasil, sua obra interativa Oups! foi premiada nos festivais Japan Media Arts (Tóquio) e Transitio_MX (Cidade do México).
Reações Visuais, de Leandro Araújo
Instalação que, por meio de software de análise espectral sonora, transforma ruídos da cidade em imagens digitais da Mata Atlântica. Em termos técnicos, ondas sonoras podem ser captadas e representadas visualmente por diferentes métodos, como uma operação matemática que decompõe o sinal em suas frequências constituintes.
Leandro Araújo (Belo Horizonte, MG) é formado em arquitetura e urbanismo. Dedica-se à prática artística, principalmente, em meios eletrônicos e digitais. Ganhou os prêmios Bravo! Bradesco Prime 2010, na categoria Arte Digital; Interações Estéticas e Rede Artes Visuais, ambos da Funarte.
Campo Minado, de Claudio Bueno
Game-performance para ser jogado com smartphones em ambientes públicos. Orientado por um mapa, o jogador deverá caminhar sobre uma região predeterminada, do ponto A ao ponto B, em poucos minutos, tomando decisões de direção que não passem sobre as minas. Se decidir pela direção errada, ou esgotar o tempo de cruzamento entre os pontos, o participante está fora do jogo.
Claudio Bueno (São Paulo, SP) é doutorando em artes visuais pela ECA/USP. Foi residente do LabMIS. Ganhou o prêmio Mídias Locativas do Festival Arte.Mov e foi indicado ao Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia. Em 2011, será residente no centro de arte La Chambre Blanche, em Québec, Canadá.
RePartitura, de Mariana Shellard e José Fornari (Tuti)
Instalação multimídia que se baseia no mapeamento de desenhos gestuais para a conversão em paisagens sonoras. Aproximadamente 300 desenhos foram mapeados e convertidos em informação numérica para a leitura no sistema evolutivo Essynth, implementado na plataforma de programação Pure Data. Trabalho realizado em parceria com o pesquisador e músico José Fornari (Tuti).
Mariana Shellard (São Paulo, SP) é mestre em artes visuais pela Unicamp (2010) e realizou residência artística no centro Avatar, em Québec, Canadá. Nos últimos dois anos participou das exposições Integração São Paulo: Québec, no Sesc Pinheiros, São Paulo, e Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), São Paulo.
José Fornari (Tuti) é pesquisador em computação musical no Nics/Unicamp, músico e compositor. Graduado em engenharia eletrônica (1990) e em música popular – piano (1994), ambos pela Unicamp, fez pós-doutorado em síntese sonora evolutiva (2004) e em cognição musical, na universidade de Jyvaskyla, Finlândia. Mais informações em http://sites.google.com/site/tutifornari.
New(s)Wor(l)d, by Ricardo Nascimento
O projeto se vale da tecnologia de agregadores de conteúdo na web para a criação de uma peça multimídia composta de software e instalação física. Nesta, as notícias produzidas por diferentes veículos de comunicação retratam subjetivamente um cenário imaginário, digital e caótico do mundo. Em 2008, o trabalho foi exibido na Espanha, na exposição ARTECH Media Cordoba 0.8; em 2009, foi apresentado na exposição Pixilerations [v.6], nos Estados Unidos.
Ricardo Nascimento (São Paulo, SP) é bacharel em relações internacionais pela PUC/SP, em design de multimídia pelo Senac/SP e recebeu o título de mestre em arte do Departamento de Cultura da Interface da Faculdade de Artes e Design de Linz, Áustria. Artista e pesquisador independente no campo de novas mídias e artes interativas, investiga as relações corpo e ambiente, com foco no desenvolvimento de dispositivos vestíveis e roupas inteligentes.
Corpo Digitalizado, de Juliana Cerqueira
A obra discute o limiar entre o real e o virtual e os limites entre o corpo e a máquina. Trata-se de uma instalação em que o participante é escaneado em partes em uma cabine. Quando juntados, os fragmentos são projetados no ambiente.
Juliana Cerqueira (Rio de Janeiro, RJ) é graduada em pintura pela UFRJ, cursou informática e comunicação social na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, arte e tecnologia na Universidade Federal Fluminense e fotografia na Kodak. Trabalha com vídeo, performance e instalação. Atualmente, pesquisa a relação do homem com a máquina, no tocante às novas tecnologias modificadoras do organismo humano. Nesse cenário, questiona temáticas ligadas a corpo, sociedade, comportamento e comunicação.
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